Um ano difícil

30 dezembro 2015

Bem, estamos no final do ano e pra mim é tempo de olhar pra trás e ver o que passou, e o que aprendemos com cada uma dessas coisas...
2015 pra mim foi um ano bem complicado, desde o início de dezembro de 2014 aliás, que foi quando minha mãe ficou doente. Ela foi internada no início de dezembro com, a princípio, uma infecção urinária, que mesmo com o tratamento sendo feito nunca passava, então os médicos começaram a desconfiar de algo mais sério, foi feita uma tomografia e foi detectada pneumonia, e logo iniciou-se um novo tratamento, junto ao de infecção. Tendo se passado um tempo do novo tratamento, novamente sem nenhum resultado, foram feitos mais exames, e descobrimos que a pneumonia não era pneumonia, e que minha mãe estava com água na pleura. Descoberto o problema, foi feito o procedimento que se é feito nesses casos, uma punção para retirada desse líquido, Achamos que nossa luta tinha acabado. Mas, quando fizeram os exames de retorno, pra checar o estado dos pulmões e minha mãe ser liberada pra voltar pra casa, mais um baque, o pulmão estava com mais líquido, e dessa vez seria necessário um procedimento mais sério para a retirada. Nesse procedimento, dia 23 de dezembro, foram encontrados junto ao líquidos pequenos nódulos, dentro do pulmão da minha mãe, que foram levados para a biópsia. Final de dezembro e minha mãe ainda no hospital. A véspera do natal chega e ganhamos um !presente! do dono do hospital, a internação que nosso plano de saúde cobre é enfermaria (quarto coletivo), mas o dono da clínica chamou meu pai e disse que minha mãe seria transferida para um quarto particular e que ele poderia passar a noite com ela. Como o pulmão dela não parava de produzir líquido foi colocado um dreno e ela não poderia vir para casa.
 Véspera de ano novo, minha mãe ainda lá, os médicos retiraram o dreno e o dono da clínica mais uma vez nos deu um presente, minha mãe poderia vir passar a virada do ano em casa, já que o que tínhamos a fazer era apenas esperar o resultado da biópsia.
 5 de janeiro, sai, enfim, o resultado da biópsia e percebemos que o que tínhamos enfrentado até agora não se comparava ao que estava pela frente, minha mãe estava com câncer no pulmão, e mesmo com toda a surpresa e gravidade da notícia ela prosseguiu do mesmo jeito que tinha chegado até aqui, com a cabeça erguida, disposta a lutar com todas as suas forças e assim fez, com a notícia começaram as consultas com os oncologistas, exames, e as tão temidas sessões de quimioterapia, as dores causadas pela doenças, todos sofremos com ela, mas minha guerreira foi forte até o fim.
Dia 1 de maio, depois de consultas, sessões de quimioterapia, a doença continuava avançando e minha mãe seria transferida para uma clínica especializada em tratamento oncológico. A transferência foi difícil, parada cardíaca no meio do caminho, e minha mãe chegou a clínica em coma induzido. 2 de maio, sábado pela manhã, horário de visita, ela estava em coma induzido devido a gravidade da situação e as dores que estava sentindo, foi horrível ver minha mãe naquela situação, toda entubada, inconsciente :( . Meu dia foi mais difícil que os anteriores, aquela cena me deixou muito mais abalada. À noite, estávamos em casa, 22:30, e o telefone toca, meu pai atende e não diz nada, a ligação era da clínica, meu pai teria que ir lá, a notícia que mais temíamos chegou, minha mãe havia descansado, e toda sua batalha havia acabado. Minha guerreira foi pro céu :'(. 3 de maio, domingo difícil, velório e sepultamento e despedida.

Depois disso a vida ficou complicada, tive que assumir responsabilidades que não eram minhas, cuidar da casa e fazer coisas que não era acostumada a fazer. Minha vida sem minha mãe virou de cabeça pra baixo, e eu descobri que sou muito mais forte do que pensava ser, tudo está sendo difícil, muito, mas tudo o que ela me ensinou está me fazendo seguir em frente, tudo por ela, me esforçar ao máximo e seguir o seu exemplo, a mulher, esposa, mãe e filha maravilhosa que foi.
Minha mãe sempre vai ser minha maior inspiração e meu maior orgulho, foi guerreira, forte e batalhadora, em momento nenhum pensou em abaixar a cabeça e desistir, lutou, lutou e lutou. Todas as minhas conquistas, todas as minhas vitórias, serão por ela, é desse amor infinito que tiro forças pra continuar seguindo e me empenhando em tudo o que faço.

A vida continua, a dor da saudade apertando o peito o tempo inteiro, mas tem que continuar... O resto do ano foi complicado, mas graças a Deus e a ajuda de pessoas mais que especiais eu vi que podia ser mais do que pensava, e minha vida tomou novos rumos. Agora a menina que vivia só pra estudar é dona de casa também, aprendeu a se virar sozinha, e a cozinhar, muito bem por sinal, e em breve, estará formada em técnica em Química, (mais um sonho realizado!) e tem muitos planos pro futuro.

Espero que 2016 seja melhor que 2015, que traga coisas boas e acalme o coração, a dor da saudade vai permanecer, mas as lembranças que guardo são as coisas boas, o amor, e o sorriso contagiante que tanto amo.

Um feliz 2016 pra vocês, obrigada por acompanharem até aqui, e prometo que não faço mais textos tão grandes,rs. Que o ano que se inicia traga coisas boas, realizações e muito amor.


xoxo;

2 comentários:

  1. Oi, Luma! Ler seu texto me fez lembrar da minha avó, que faleceu em 2013. É muito triste perder alguém querido, mas que bom que você conseguiu seguir em frente e evoluir, mesmo passando por situações tão difíceis ao longo do ano. Espero que seu 2016 seja iluminado e cheio de alegrias para que você possa alcançar sempre mais <3
    Thaís na Cidade

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    1. Obrigada Thaís, que o ano que começou também seja repleto de coisas maravilhosas pra você!

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